Reflexões compartilhadas

Você está convidado a visitar esta forma de compartilhar um pouco do meu pensamento. Volte sempre que quiser, e não deixe de declarar suas concordâncias e discordâncias, com relação aos meus pontos de vista.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Mais uma das companhias aereas

            As companhias aéreas não param de me surpreender, aqui no Brasil. Lamentavelmente em sua maioria das vezes por razões que acabam deixando uma impressão negativa. Nesta minha mais recente viagem para Brasília, percorri todos os trechos viajando de Gol. Já na saída uma surpresa desagradável. Tive de acordar as 5 e maia da manhã para pegar um vôo que sairia as 7 e 20. Isso não teria me irritado muito, pois é algo que normalmente tenho de fazer quando viajo. O que foi extremamente irritante foi justamente o fato de que o meu vôo saiu do aeroporto de Porto Alegre por volta de 10 e meia da manhã. Alguns poderiam dizer que é normal no inverno gaúcho os vôos não poderem decolar no início da manhã em função do nevoeiro. Verdade. Mas neste caso, as condições meteorológicas nada tinham a ver com o impedimento do meu avião decolar.
            Inacreditavelmente, a razão era muito mais prosaica. A falta de tripulação. Sim. O avião estava no pátio do aeroporto estacionado, os passageiros todos na sala de embarque aguardando civilizadamente pelo seu horário. Entretanto, onde estava a tripulação ? Presa em São Paulo, pois por alguma razão misteriosa, o sistema da Gol ficou fora do ar por boa parte da manha daquele dia, e nada decolou de Congonhas. Assim, a tripulação não chegou a Porto Alegre e o avião não podia decolar. E tripulação reserva, ou remanejo de tripulantes para utilizar-se daquele equipamento parado tal qual uma estátua pós-moderna no aeroporto ? Que nada, isso seria um luxo dispendioso demais. Resultado desta surpresa foi que acabei perdendo parte dos compromissos que tinha na manhã daquele dia.
            Mas resolvidas estas questões, e eu retornando para Porto Alegre a partir de Brasília tive a felicidade de ser presenteado com o que ? Mais um atraso de uma hora, claro, na saída do vôo da Gol. Razão ? Sabe-se lá. Talvez vontade divina. Talvez diletantismo dos pilotos ou tripulantes, ou quem sabe vôo de urubus perto da pista. Lamentável. Para completar a minha (má) percepção dos resultados deste vôo, no meio do mesmo, após o término do serviço de bordo  usual, aqueles amendoins maravilhosos, ou a magnífica barra de cereal, os passageiros são informados de que poderiam optar por um cardápio alternativo que já há alguns meses está disponível em alguns dos vôos da Gol. 
         Seria interessante, certamente auxiliaria meu estômago a ficar mais confortável e provavelmente reduziria minha percepção negativa para com a companhia neste dia. Entretanto dois fatores me impediram de ficar satisfeito com este magnífico novo serviço. O primeiro é que os sanduíches oferecidos são todos frios, o que para mim afasta o atrativo dos mesmos imediatamente. Mas mesmo que a fome falasse mais alto e eu resolvesse provar o sanduíche, existe um pequeno segundo detalhe. O pagamento somente pode ser feito em reais. Nada de cartões de crédito, nem de débito. Ah sim, outro pequeno porém. O passageiro tem que levar o valor EXATO do seu sanduíche na carteira, pois os comissários de bordo não tem troco para disponibilizar. Maravilhoso ! Com um serviço de tal qualidade e tão inovador, realmente os passageiros vão ficar cada vez mais satisfeitos com as suas companhias aéreas. Saudades das asas cuidadosas da Varig.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

As empresas aéreas do Brasil

É verdade que já faz tempo que não temos no Brasil uma empresa aérea com a grife, a respeitabilidade, a reputação e o reconhecimento que a antiga VARIG tinha. A antiga mesmo, porque a VARIG que estava voando antes do encerramento das suas atividades não era a mesma coisa. Tive oportunidade de viajar muitas vezes pela VARIG em seus aureos tempos, tempos estes de talheres de prata nas refeições a bordo, algo inimaginável nos vôos domésticos dos dias de hoje. Mas ela sofreu a decadência imposta àquelas gigantes empresas que acabam não ajustando os seus processos de gestão, e não se reorganizam em função das novas tendências mundiais.
E quem é a sucessora da VARIG ? Podemos dizer que nenhuma, pois ela é inigualável, e sua marca no tempo permanecerá para sempre como benchmark para todos nós. Talvez. E acredito que hoje não temos no Brasil, de fato, uma empresa aérea que remotamente lembre o que um dia foi esta potência aérea gaúcha,
Entretanto, em função de minhas atividades profissionais, venho tendo oportunidade de viajar nas principais empresas aéreas brasileiras da atualidade. Posso comparar os serviços destas empresas, os aviões utilizados, o espaço entre assentos, e a pontualidade.
Quando se pensa numa avaliação geral, o primeiro ponto negativo fica para a Gol. Lembro dos primeiros vôos dela, com um atendimento de fato diferenciado, com os funcionários de brilho nos olhos, e com uma informalidade que deixava a viagem de avião mais natural. Mas tudo isso se foi. Hoje, ela é uma empresa aérea como qualquer outra, semelhante a TAM, com seus pontos positivos e negativos. A TAM ainda oferece em alguns de seus vôos domésticos uma alimentação um pouco melhor, o que pode ser bom, apesar de sabermos que qualquer comida de bordo não pode ser comparada a uma refeição decente.
Mas a surpresa que chegou, para mim foi a Azul. Empresa que chegou com a experiência de seu fundador, que já teve outros vôos em companhias aéreas do norte do continente, e que com seus erros e acertos, trouxe de fato um modelo diferente para o nosso país. Aviões modernos, com um espaçamento de assentos muito bom, que torna a viagem bastante confortável. Também com um atendimento muito bom, e com funcionários diferenciados, no que se refere a relação com os clientes.
Talvez, se a Azul tivesse seu Hub no Rio de Janeiro, como chegou a  cogitar, já tivesse dominado uma fatia maior de mercado do que conseguiu até agora. Mas não tem tempo para crescer. E espero que possa fazer isso de forma gradual, consistente, e que ao crescer não se torne novamente apenas mais uma companhia aérea no Brasil, mas que continue mantendo o padrão de qualidade e atendimento que vem tendo nos dias de hoje.
O Brasil precisa de uma empresa aérea melhor. Talvez a Azul não seja a sucessora da VARIG, mas com certeza está trazendo algo novo para os ares de nosso país.